sexta-feira, 22 de julho de 2011

Continuaçao Cap- 1

Foi nesse momento que levei uma bolada no meio da cara,é isso mesmo um imbecil qualquer havia me dado uma bolada que deixou minha cara vermelha por muito tempo,eu levei um terrível susto e levantei cuspindo fogo,quer dizer com muita raiva. Será que não se pode relaxar nem um pouco sem ter um idiota por perto pra perturbar. De longe eu pude avistar um garoto alto e sem camisa, ainda estava tonta,e não conseguia ver seu rosto direito,mais a minha vontade era matar aquele idiota.

-Olha aqui seu idiota, você viu o que fez?-ele começou a pedir desculpas mais eu nem quis ouvir.
-Será que não se pode ter paz? Eu vim relaxar e você me da uma bolada bem no meio da cara, é cego por acaso, ou ta de sacanagem com a minha cara.-Tudo bem exagerei,essas coisas acontecem,comecei nervosa a amarrar o cabelo e pegar minhas coisas na areia.
-Desculpa, é que agente ta jogando vôlei,foi sem querer mesmo, Eu sou o Gregg,é foi o meu amigo Caio que acabou errando o saque.
-Oh Gregg, não to nem ai pro seu amigo Caio burro,só espero que isso não aconteça mais.
-OOh calma ai ta,também não é pra tanto,você é muito bravinha,dá pra ver que não é daqui,aposto que veio da cidade grande.O pessoal daqui não usa muito essa linguagem agressiva.

-Linguagem agressiva? Por favor, vai, qualquer um que levasse essa bolada na cara reagiria do mesmo jeito Greeeg.Agora chega de conversa to indo.
-Não me disse seu nome.
-E nem vou dizer.Taysoooooooooon. -Comecei a gritar o Tayson louca da vida e doida pra sair dali,a praia inteira havia parado para assitir o barraco.
-Oh garota nervosinha e sem nome, gostei de você, vamos ter uma fogueira perto das pedras hoje, aparece por lá, o pessoal é bem legal,você vai gostar.-pessoal legal? Eu duvido que garotas como aquelas que estavam dando gritinhos histéricos e com micros biquínis seriam legais. Fúteis. pensei.
-Pode me esperar, mais sentado pra não cansar. -Respondi colocando a coleira em Tayson e catando minhas coisas da areia.
-Gosta de rimar é? –ele parecia ser divertir comigo, mais não pude resistir, aqueles tremendos olhos da cor do mar e aquele sorriso cheio de ironia. Ele estava sem camisa e não sei o porquê mais fiquei nervosa com isso, seus músculos eram bem definidos, e percebi que tinha uma tatuagem no braço direito, alguma palavra mais não quis ficar olhando muito.
Ignorei a piadinha e sai pisando firme, senti que ele nem se moveu, mesmo com seus amiguinhos idiotas gritando o chamando para continuar a partida do vôlei. Continuou com a bola nas mãos, e só o perdi de vista quando virei à primeira esquina, tudo bem eu dei umas espiadelas, mais nada, até por que ir naquela fogueira era algo que eu não iria fazer nem morta.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Capitulo 1


"Não sou um conceito, sou só uma garota ferrada procurando paz de espírito...
Não sou perfeita."
(Brilho eterno de uma mente sem lembranças)
Leia o  Prólogo

Era verão, e com numa Corda bamba eu tentava me equilibrar, jurando que tudo aquilo logo passaria, que o recomeço estava próximo, o céu continuava com o mesmo tom de todas as manhas, Tayson meu labrador corria sobre a doca e depois remexia no pequeno casebre que enfeava nosso quintal, ele sempre foi muito bagunceiro, senti seu focinho gelado na palma de minha mão,apesar do dia estar quente e iluminado,mais eu continuava imóvel na varanda tentando refletir,ou tentando esquecer os problemas,não que minha vida seja das piores,mais a separação dos meus pais,a briga na justiça pelo divorcio,tudo mexia muito comigo,aquilo tudo era novo,a casa era nova,e mesmo que com 17 anos também tenho meus medos e problemas.Quem foi que disse que jovens não tem problemas?
Tom Miller,o senhor barrigudo,e com pouco cabelo,havia alugado a propriedade,não era lá grandes coisas,mais era o que podíamos ter no momento,a pequena cidadezinha costeira até que tinha seu charme,as praias eram as mais lindas que eu já havia visto Alicia e mamae,estavam fascinadas,e mesmo a noite se arriscavam a mergulhar, sempre que podiam ir ate a praia, que ficava apenas alguns metros de casa.Podia se ouvir o barulho dos pássaros,e de alguns carros que passavam sem pressa pela rua,aquilo tudo era muito diferente da cidade grande,diferente de tudo que eu estava costumada, nunca parei na varanda da minha casa antiga,para pensar na vida,para reparar alguns pássaros,até por que era difícil ver alguns quando da janela só se viam prédios altos e fios de energia elétrica.
As férias estavam apenas começando, e eu não tinha idéia do que faria nessa cidade calma, ainda era cedo,mamãe e Alicia dormiam,resolvi caminhar, queria afundar meus pés na areia, sentir a brisa gelada que vinha do mar, sentar em alguma duna, e ficar ali por um tempo. Tayson parecia ler meus pensamentos, estava com a coleira na boca, fazendo círculos em volta de si mesmo. Passei a mão na coleira, demorei um pouco até colocá-la, Tayson sempre foi muito afoito e desesperado desde filhote, em fim fui arrastada por ele até o portão, ora fazendo sinal para que ele não começasse a sessão de latidos de felicidade.
A rua era repleta de pedrinhas, a chamada rua das pedras, as lojas e mercados pareciam de filmes, tudo muito arrumado e enfileirado, continuei andando, quer dizer sendo arrastada por Tayson,algumas pessoas passavam meio assustadas com o tamanho dele,e alguns pais colocavam suas crianças no colo.Uma loja em especial logo me chamou atenção,eram coisas típicas de cidade praiana,porta retratos com conchas,estrelas do mar de diversas cores,sininhos que faziam barulho com o vento,ali vendia um pouco de tudo,percebi que a parede estava repleta de quadros,alguns eram fotos,outros desenhos perfeitos do mar,dos moluscos.Claro só olhei de longe,eu gostava dessas coisinhas,mais meninas que são muito melosas não tem vez,por isso eu só olhei e disfarcei,claro depois eu voltaria sozinha e compraria algumas peças pro meu quarto.Continuei minha caminhada com Tayson,meu celular começou a tocar,na hora tive certeza que só poderia ser minha mãe apavorada por ter acordado e não me visto no quarto,e estaria histérica achando que alguém me seqüestrou ou que eu havia me perdido na casa nova.

Mais não era minha mãe,antes fosse,era ele,no momento eu hesitei,respirei fundo na verdade eu nem senti os puxou que tayson me dava e só depois eu pude ver as marcas da coleira no meu braço. Eu não me despedi, não queria ouvir sua voz, queria distancia,ele tinha a fama de popular, quis brincar comigo, e conseguiu me humilhar, depois de tentar por milhares de vezes ser uma popular, parar de ser a fracassada,eu havia encontrado a maneira de ninguém mais implicar comigo, foi então que começamos a ficar, mais na primeira oportunidade ele quis me levar pra cama, e quando eu disse não,ele me humilhou na frente de todos. Desde então ele vem me ligando,e eu não entendo,o que ele pode querer comigo?

Desliguei o celular e coloquei no bolso...

Em fim, enfiei meus pés na areia, tão clara, e limpa. Soltei Tayson da coleira ele correu pras águas e não parava de mergulhar,a praia não estava muito cheia,algumas pessoas pegavam sol,e crianças corriam e construíam castelinhos. soltei o cabelo que estava amarrado em um rabo e coloquei meus all star de lado, tirei meu ipod do bolso porque estava incomodando,fiquei parada por um tempo,esqueci do Tayson, dos meus pais,da escola da saudade do Kevin, e deitei na areia com os olhos fechados.


Prólogo


Olhando da sacada e quase se pendurando no parapeito, Ronnie observava os
vidros novos do Colégio Castelo Sales,e parecia não acreditar que há alguns meses atrás a imagem era totalmente outra.Ficava a imaginar se o diretor George Moacyr já havia conferido todos os documentos referente á ação judiciária.Ou se havia deixado entre a pilha de documentos que sempre ficava sob a mesa.Percebeu que a única coisa que não havia sido devastado pelo fogo fora o grande jardim que rodeava o colégio de ponta a ponta.
Por um momento, uma enorme tristeza a invadiu, e ela teve a certeza que aquela cicatriz nunca iria desaparecer, aquela noite não era pra ter acontecido, e independente do fato de estar ou não errada ela se condenava.
O natal estava próximo, faltavam praticamente três semanas, e os dias pareciam se arrastar. O violão de Kevin continuava ali imóvel a encarando, o adesivo na parte superior formava uma Clave de Sol, e era como se todas as lembranças fossem voltando, uma por uma, como um soco no peito.
A chuva fina e ligeira já lavava o vidro, o embaçando e com o dedo ela o rabiscou desenhando um pequeno circulo, algo sem importância mais por impulso.
As coisas ainda estavam espalhadas pelo quarto,embora ela devesse ter levado as caixas para a sala não o fez,parecia impossível esvaziar
aquele cômodo. Olhava tudo em silencio, apenas com a respiração regular pegando um dos porta retratos e juntando ao coração.
Ronnie tentava não deixar tudo desmoronar, tentava manter-se mesmo que por um fio, mesmo que por um fôlego. A desordem dos pensamentos a castigavam e ela implorava para que o tempo não se arrastasse.
As cenas passavam como um borrão por sua mente.
Uma lagrima solitária rolava quando sua mãe abriu a porta. Deslizou a mão pelo seu ombro e logo segurou suas mãos.

-Filha, não pode se culpar pra sempre. Não foi culpa sua. Foi uma terrível fatalidade.

Para a senhora Anna era mais difícil do que poderia imaginar, mas ela tinha que ser forte.
Realmente acha isso? Eu estava errada a todo o momento, fazendo coisas inconseqüentes, não pensando no quanto estava sendo idiota.

-Filha,por favor não pense assim,não foi você que fez tudo aquilo.Acredito em você.

-Tenho uma coisa que quero que saiba, eu estava lá, e mais do que ninguém insisti pra que ele fosse comigo. O que eu não sabia é que tudo aquilo aconteceria.

Ronnie continuava a observar a foto em sua mão,que já se encontrava amassada de tanto segura-la.
-Quer conversar. Talvez contar como aconteceu?

Ela sabia que talvez não tivesse palavras pra descrever, mas aqueles momentos nunca poderiam ser esquecidos. E naquele instante sentiu que mesmo que não tivesse tentando as lembranças acordavam criando uma espécie de vida própria. E agora o incêndio que destruiu a escola, as amizades que foram capazes de conquistar, o violão que se tornou amigo inseparável a deixa ainda mais melancólica.
Ronnie esfrega os olhos em um movimento rápido tirava uma mexa do cabelo, o colocando atrás da orelha.

-Onde está James?-pergunta.

-Foi levar a Alicia até o parque, não tem sido fácil pra ela. Que tal se descer e comermos alguma coisa?Parece que você não come desde ontem e esse não é o melhor jeito de enfrentar as coisas.

-Não estou com fome, mamãe.

-Então me conte filha, como tudo aconteceu?Desabafe.

-Não sei como posso fazer isso.

-Respire fundo e deixe as palavras tomar seu rumo. -Sua mãe foi até a janela fechando as cortinas e voltando com um minúsculo sorriso. -Se sentirá bem melhor eu garanto.

Ronnie continuava a encarar a foto, e dessa vez a colocou de lado,dando uma ultima espiada por cima dos ombros.

-Acho que as coisas começaram acontecer depois da chega dele, e terminaram com o incêndio.
-Vem cá. -Anna aconchegou Ronnie entre seus braços. -Ficará melhor assim. –Concluiu colocando uma almofada bem fofa.

Então Ronnie com o olhar fixo em algum ponto no teto começou a lembrar das cenas que iriam manter-se para o resto de sua vida. Momentos que marcaram sua jornada e que mostraram o real significado do amor e do perdão.